11 horas da noite, eu passeava com o barbudo pela praia,
fumava um cigarro e tomava uns goles de cerveja, sentia frio, apesar de ainda
ser verão, um espirro atrás do outro, meu pior pesadelo parecia se concretizar,
resfriado estava vindo, sorte minha ter quem me cuidar – pelo menos é o que eu
achava.
Acordei e meus olhos ardiam, o cobertor não parecia ser o
suficiente para me cobrir, o celular estava distante e meu corpo doía – e agora? Consegui levantar totalmente coberto e andei ate o celular, desci as escadas
procurando o numero da Cassidy “Alo, Cassidy, acho que vou morrer...” , “Jesus
baby! O que houve você esta bem¿” , “não, estou resfriado, acho que de hoje não
passo” , “Poxa, gostaria muito de estar ai para cuidar de você, mas hoje passarei
o dia ocupada, terei que passar o dia e noite na loja pra fazer o balanço de
final de mês, amanha cuidarei de você se não estiver tão cansada, beijos”
sentei no sofá, mais uma busca e achei o numero da Michelle “alo?” , “acho que
vou morrer” , “O que, que houve?!” , “meu
corpo doi, estou resfriado, estou so e sem ninguém pra cuidar de mim...” ouvi uns
risos do outro lado “poxa amor, estou tão longe de você, to em outra cidade nos
eventos que disse a você” , “Acho que de hoje não passo...” , “poxa não diz
isso, prometo cuidar de você assim que voltar ta bom, beijos” porra... andei
mais um pouco ate a geladeira, abri e disquei o numero da Saiury “Sayure, acho
que não passo de hoje...” ouvi risos do outro lado “o que houve agora, mais um
dia de ressaca?” , “não, estou doente, preciso de carinho, estou moribundo...” mais alguns risos
do outro lado “Que moribundo o que, se você não morre nos seus dias de ressaca,
uma gripezinha não o matara, agora vai descansar, estou entrando numa reunião,
mais tarde passo com você, beijos”. Ta foda.
Peguei uma garrafa de whisky e peguei uma garrafa de xarope,
fui ate a sacada pegar um sol, achei que seria uma boa pra repor algumas
vitaminas – Xarope para curar e whisky para anestesiar, deve ser uma boa
combinação – fiquei a tomar minha formula sentado ao sol, “hoje somos eu e você
meu camarada peludo” o barbudo deitou no meu peito e olhou pra geladeira “ eu
sei o que você quer” liguei e pedi uma pizza de calabresa. O nariz começava a
escorrer e eu ficava fanho.
Passado algum tempo, eu estava me sentindo ótimo levantei
com toda disposição – o remédio fez efeito, fui andando ate a sala totalmente
tonto, vou a um bar – acho que fez efeito ate demais – a campainha tocou, o
cara da pizza chegou. Abri a porta, “são 27 pratas” ele disse, abri a carteira
e num momento tão rápido quanto o pensamento vomitei “não se preocupe, só tem whisky e xarope no
vomito” eu ria com a barba toda suja entregando o dinheiro vomitado e um pano
para o rapaz.
Talvez eu não passe de hoje, ninguém para cuidar de mim... O
barbudo comia a pizza caída na entrada... Esqueci de colocar o katchup...
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