Planto sementes que não fertilizam em bocas, sou um
assassino, gasto energia produzida e ainda recebo um sorriso que me deixa
satisfeito, as vezes a língua passa sobre os lábios, um dedo sobre o que resta
para limpar, um suspiro de alivio pela carga livre caindo sobre a cama.
Conforme foi dito, o clipe estava sendo preparado, algumas
cenas já foram gravadas, sim, confesso, estava bem bêbado, sou péssimo ator, bêbado
procuro ser o que escondo. Alguns queriam que eu seguisse o script “foda-se” eu
disse – o quanto eu gargalhei¿ Vocês podem ver as coisas quebradas pelo chão
desarrumado, a briga com o diretor deu um bom clip.
Um mata-leão me fez desmaiar, acordei e as cenas foram
gravadas, algumas fotos foram tiradas, a câmera ainda estava ligada ”MAGNIFICO!!”
o diretor com algodão no nariz dizia – Não, não foi ele que me desmaiou e sim
um segurança parrudo que agora eu mandava tomar no cu com um cotoco, jogado ao
chão. Recebi mais pelas cenas extras e ganhei um velho whisky o qual Cassidy me
ajudou a secas alguns dias depois.
Em casa descobri Saiury, molhada do mar aos fundos, por uma
carta que a denunciava na porta, a busquei pessoalmente de dentro do mar,
molhado e coberto de areia “seu louco, eu tenho pernas” ela disse gargalhando caída
sobre mim na areia “Eu já não tenho mais...”
Há areia pelas escadas... Há areia no chuveiro...Há areia na
cama...
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