quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Kashmir

   Ela se foi me deixando a ver suas costas - e sua bela bunda - saindo pela porta agora quebrada,  fiquei sentado na sala e sem camisa como no passado,  com uma garrafa praticamente vazia de whisky velho, minha cabeça ainda doía e o violão consolava minha solidão, toquei algumas musicas de quando jovem, de quando namorar na rua me fazia ter uma ereção e o sexo era meu auge- a casa estava vazia agora.

   Minha voz era agressiva ao som pesado da distorção, quando me dei conta já havia amanhecido - adormeci ou desmaiei? - Vi aquele rosto de antes, a pele morena clara com seu cabelo longo e escuro, a boca que antes eu me embriaguei falava porem, eu não a conseguia escutar. Acordei no chão da cozinha com o telefone tocando alto "alo?" ainda sonolento recebia o convite de um velho amigo enquanto me virava e olhava o teto branco, a preguiça daquele dia me consumia, coloquei minha bota e ao sair de casa pensei que precisava de um carro - talvez.

   Chegando na sua casa comemos alguma coisa e conversamos, me apresentando sua nova mulher logo apos o almoço com um enfileirar de garrafas de cerveja que agora secávamos no meio da tarde. Trocamos ideias, lembramos das garotas e de todas as bebedeiras que tivemos. No começo da noite fomos para um cabaré próximo, não demoramos muito, a vontade de ficar com sua garota era maior e foi o que fez.

   Fui andando para casa, no caminho acedi um cigarro e parei logo a frente em uma rua onde poucos carros passavam, era possível ter a vista da cidade iluminada como o véu de uma noiva com seus olhos brilhantes ou Shangri-la

   O telefone tocou e uma voz feminina e conhecida escutei "posso saber o que você faz na beira da estrada só?" ri e apagando o cigarro respondi "apenas admirando a vista" ela havia passado ao meu lado, fez um convite para que saíssemos. Fui ate sua casa e seguimos em frente ate uma festa com um de seus amigos, logo descobrimos que a festa era totalmente gay - detalhe o qual seu amigo só veio comentar quando chegamos - não me importei, tinha uma linda e ótima companhia ao meu lado apesar de não ter coragem de ir ao banheiro tendo que passar por uma pista cheia de travestis sem camisas e com músculos colossais.

   Secávamos uma garrafa de vodka e conversávamos bastante, a cada copo ficava mais difícil resistir a suas linda boca - como se deus tivesse pego seu pincel e pintando um coração rosado. Que ideia ela teve de fazer confissões, em uma dessas tive de ser sincero e confessar meu desejo no momento - que pecado gostoso. O sol se mostrava distante em meio aquela madrugada chuvosa, estávamos na minha casa brincando como adultos na cama agora desarrumada, ela adormeceu e eu levantei a olhar seu belo rosto - bebi demais, que enjoou - corri ao banheiro e joguei parte do álcool no vaso.

   Se envolve em alegria... Metade de uma vodka... Esqueci de passar na casa de outro amigo...

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