O problema de um dia alegre é não saber onde se vai acordar
no dia seguinte ou em que lugar irei desmaiar, hoje resolvi sair na minha
harley ainda amassada e arranhada – a preguiça me consome – voltei a sonhar.
Havia muito barulho
– quase que num susto acordei, da porta da sacada era possível ver um
emaranhado de nuvens com vários relâmpagos que iluminavam o quarto sem luz, só
se escutava o som das ondas agitadas do mar e uma respiração logo a meu lado –
um perfume familiar – Camille deitava ao meu lado. Levantei passando a mão no
rosto e fui em direção ao parapeito sem roupa alguma para me esquentar, por um
instante vi meu reflexo no vidro da porta – meu corpo ainda se mantinha em
forma depois desses meses – ainda pegando um copo com whisky na mesa.
As ondas agitavam
aquela noite que para mim era a mais calma em meio a outras, ouvi passos se
aproximando, uma voz rouca me falou “O que você faz nu nesse frio?” eu sentia
seus mamilos duros ao frio encostarem nas minhas costas e seu corpo quente num
abraço preguiçoso a meia noite “o que você faz aqui?” perguntei, “ você
realmente não lembra, não é? Não posso salvar você toda vez que resolver ficar
bêbado demais em um bar, sabia?” minha memoria sempre brincando com meus sentimentos,
ao me virar vi seu corpo semi envolvido pelo lençol “nos transamos?” com seu
sorriso ela me respondeu “claro que não, você mais parecia uma criança querendo
uma cama e um vaso para vomitar. Agora volta pra cama, OK” , "Para onde você vai?" terminou com um beijo e um abraço forte "não sei...Eu estou aqui agora" .
As mulheres acabam
sendo sempre as mais sensatas, com um olhar de confiança, do tipo que daria
tudo para ganhar o amor que tanto ouviram falar na infância, mesmo a decepção
não as fazem perder o brilho nos olhos invejado pelas estrelas.
Ela deitou sobre meu peito... Seus mamilos ainda me tocavam... “Como
fazer para dormir de pau duro?”
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