domingo, 30 de setembro de 2012

We all die young

   Sentei no chão da sala usando apenas meu jeans preto, encostei minhas costas no sofá manchado de vinho enquanto lembrava da prostituta que beijara no meu sonho dessa noite - nunca beijei boca mais gostosa - voltando a si, tomei um gole de cerveja e comecei a levar algumas musicas do johnny cash no violão antigo da minha mãe.


   Pouco tempo depois de sair de casa quando jovem e me jogar na estrada do destino e da sorte passei algum tempo na casa de um tio meu, la eu fui presenteado por uma relíquia que a muito tinha sido da minha mãe, um violão antigo de quando ela tinha a minha mesma idade ate aquele momento, nesse mesmo dia fui morar só no subúrbio da cidade.

   Os dias passavam e eu gastava minhas horas sem muito saber o que fazer tocando algumas musicas que conhecia, country, blues, hard... Aquela altura minha grana estava no final, então decidi partir para a calçada da praia e tocar algumas musicas para os gringos e curiosos da cidade.

   Por uns três meses ou mais, não sei, toquei aquelas musicas que me faziam ter aquele orgasmo interior dos sentidos e viajar para aquele outro mundo fora da realidade, todas as noites eu voltava com um dinheiro bom, certa noite fui convidado para tocar nas noites de alguns bares, alguns os quais fediam a burguesia e outros mais o qual só era possível sentir o aroma de sexo no ar e de whisky barato, a bebida eu sempre conseguia tomar como bônus, voltava pra casa bêbado e talvez com um pouco de satisfação.

   Certa noite a casa lotada e eu chapado de acido, subi no palco para tocar as musicas country que gostava. As pessoas todas falando alto e eu fechava meus olhos para tentar escutar o som do violão, a raiva foi me consumindo, larguei o violão e cai no piano logo ao lado em uma tentativa de me acalmar tirei a camisa que usava e deixei somente a jaqueta, arrumei os cabelos pra traz e a musica fluiu nos meus dedos - quando criança aprendi a tocar pianos mas deixei de lado, fazia poucos meses que voltara a toca - home sweet home do motley crue, no refrão larguei de lado o piano e agarrei a guitarra com o ódio que sentia e o timbre que saia da minha voz era agressivo, de súbito três caras pularam no palco e assumiram a bateria, baixo e outra guitarra. Ao final da musica algumas pessoas se levantaram e aplaudiram, eu meio em extasie pelo  momento - é pelo acido é claro - me perdi em meio a gritaria, conheci os caras mais malucos que a vida podia me oferecer nesse dia, a partir dai é outra historia.

   Esse antigo violão que hoje guardo com todo o meu amor inspirou o que um dia fui... Dei um tempo, quem sabe outro dia... Talvez eu me mude...

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